Fui assistir a uma peça de teatro outro dia e tive a nítida impressão, ao ir embora, de que estava exatamente no local onde eu deveria estar. A peça falava, basicamente, sobre morte. E na morte, nada mais comum que pensar na vida. Foi o que eu fiz.
Estava a atriz no chão, encenando um suicídio, enquanto uma outra pousava sua cabeça delicadamente ao lado do ouvido da "morta". Foi quando eu a ouvi dizendo: "Se eu te desse uma oportunidade, só uma, de viver de novo tudo o que você viveu, com as mesmas felicidades, as mesmas tristezas... tudo igual. Você toparia?". Me peguei gritando mentalmente que sim.
Cheguei em casa e pensei diversas vezes sobre tudo que havia se passado na minha vida; as mudanças, as felicidades e, principalmente, as tristezas. É engraçado e até mesmo clichê pensar que se não fosse tudo isso que vivi, eu não saberia o que sei hoje; eu não seria quem sou.
Tenho esse sentimento saudoso pelos tempos passados, mas pensava que o que havia acontecido comigo até esse exato momento era, em certas partes, triste. Foi no meio desse paradoxo que percebi que, se sinto saudade, é que tudo que me aconteceu foi bom. É a questão de você conseguir o que precisava, não o que queria.
Eu precisava aceitar que tinha que crescer, precisava amadurecer. Perceber que as coisas na minha volta eram boas. Foi como uma lição; um aviso. Se você começa a pensar que as coisas que te aconteceram foram ruins, tudo perde sentido, você fica preso em uma condição de vítima. É aí que aparece aquela bola de neve - quanto mais vitimizado se é, mais parece que o mundo conspira contra você.
Me senti como em uma manhã de chuva, quando você abre os olhos de um pesadelo e percebe que tudo está bem, está no lugar que sempre esteve, e que o monstro, na realidade, não existe.
Abri meus olhos. A vida continuou do mesmo jeito de sempre, com um único porém...
A vida fazia sentido.
MARAVILHOSO!!! Tu escreve com alma.
ResponderExcluirbjssss
Muito obrigada, tia! Estou com saudades!
ExcluirAgradeço sempre a minha Santa, ou melhor a nossa Santa ter sido escolhida para ser a tua mãe e te ter sempre por perto e poder compartilhar da tua sensibilidade.especial este!
ResponderExcluirMãe, sem tu e o pai, hoje, talvez, eu não estivesse escrevendo e partilhando isso com vocês. Obrigada e amo vocês! Beijos!
ExcluirMarina, mais uma vez sem palavras... Não consegui conter as lágrimas! Que continues assim... sempre inspirada e iluminada para escrever. Teus textos, são muito verdadeiros, cheio de sentimentos e de uma sensibilidade sem igual. Parabéns.
ResponderExcluir