sexta-feira, 4 de maio de 2012

Tempo ao tempo

   

     "Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro. E o pensamento lá em você...", assim dizia Djavan. É engraçado como parece aconchegante essa ideia de um dia de frio, uma manta quente, um copo de café fumegante, um livro, e o principal, um amor. Mas a realidade é tão calculista que chega a ser cruel. Sinto saudade do tempo que ainda tinha TEMPO para fazer todo esse tipo de coisa.
      A vida é corrida, são cada vez mais coisas para fazer, prazos curtíssimos, tudo se resume a um tic-tac, tic-tac constante. É claro que isso já é rotina; esse reloginho mental não irá se desfazer, está lá implantado para toda a vida. Passamos correndo contra o tempo... mas e a felicidade? Será que estamos fadados a viver correndo contra o tempo para chegar no final e tudo se resumir à uma corrida? Aos dias gastos dedicados unicamente ao estresse? Gosto de pensar que ainda temos como reverter isso, que ainda há tempo para o dia frio, o lugar pra ler e o amor que ocupa os pensamentos.  
      Sinto falta de poder sentar e ler um ótimo livro, com gosto, terminá-lo em poucas horas. Acho que conforme vamos evoluindo, crescendo, vamos perdendo tempo. E não é no sentido de envelhecer, e sim do não sobrar tempo para fazer o que não é rotina. Fechamos cada horinha das 24 que tempos com compromissos, e assim, só nos resta 8 horas -saudáveis e recomendáveis por cientistas - para dormir.
      Por fim se percebe que o tempo só precisa de tempo. Acredito que também temos que ter algo pra ocupar a cabeça que não sejam contas, trabalho e problemas. Vamos sofrer com um drama, sorrir com uma comédia e se apaixonar com um romance! Principalmente se apaixonar! Precisamos de mais paixão, mais doce e menos amargo! Aquele dia frio.
      

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